Uma Justiça suspeita é uma justiça indigna



Isaltino Morais é candidato à Câmara de Oeiras. Depois da trapalhada da Justiça e nomeadamente da decisão de um juiz que tinha sobre ele um enorme volume de suspeitas de parcialidade, o tribunal aceitou o recurso do antigo autarca que vê agora o processo normalizado. 

Já aqui o tinha escrito: uma Justiça suspeita, imparcial, vítima das suas próprias caixas de Pandora, não pode nunca ser uma Justiça digna de um Estado de direito. 

Os “amiguismos”, as capelinhas e as promessas de lugares tornaram este país “pequeno” demais em termos de caráter e ética. Goste-se ou não da personagem Isaltino – acho surreal que depois de tudo, insista em regressar – todos os cidadãos devem ser tratados por igual. Perante a lei. Perante o Estado. De direito. 

É bom que o Conselho Superior da Magistratura investigue mesmo as motivações que originaram a decisão do juiz Nuno Cardoso e se a sua decisão visava mesmo beneficiar o candidato Paulo Vistas, seu padrinho de casamento. 

Se assim for, este homem não pode continuar a exercer, não será nunca digno de decidir sobre quaisquer ponto na vida de um cidadão. 

Contudo, à boa maneira portuguesa, sabemos bem como terminam as averiguações internas do sistema judicial: no arquivo cesto lá dos gabinetes. 

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