ALA e Steiner. O «orgasmo» literário partilhado entre génios.


«José Saramago não é o maior escritor português da actualidade. Para mim, esse é, de longe, António Lobo Antunes. É um gigante. Teria algum pudor em me encontrar com ele para o conhecer, e, contudo, adoraria conhecê-lo. Ele é um grande e Portugal não lhe deu ainda o devido reconhecimento. Devia ter ganho o Nobel há já algum tempo. Mas não aconteceu. Por causa de Saramago. Deviam ter ganho ambos, em partilha. Mas não está completamente arredado dessa atribuição». Em Março de 2011, George Steiner, um sábio, um outro gigante, lançava a provocação nas páginas da LER. Sete meses depois, a LER conseguiu realizar o desejo do autor de «Gramáticas da Criação» (o meu preferido). Na edição de Novembro de 2011 da LER, fez-se História com H grande. O encontro entre os monstros aconteceu na manhã de 9 de Outubro em Cambridge. Platonismo Político (e a sua autora) já devoraram a LER que saiu hoje para as bancas. Seria hipocrisia da minha parte dizer uma palavra. Quem me conhece sabe que nunca serei imparcial em relação a António Lobo Antunes, ALA como gosto de o chamar. É só mais um daqueles momentos em que tu, ALA, devias abrir, só para mim, uma segunda Comissão das Lágrimas, unicamente para elas secarem. Perder a conversa entre dois Homens como estes dois é perder uma parte do comboio da vida de quem ama a Literatura e as Palavras. E ver-te sair do teu Mundo, António, foi bonito, foi arrepiante, foi saber que estás vivo, que mereces viver cá fora, no Mundo que te quer, no Mundo que TU queres, e no Planeta que é teu. 

Comentários

Anónimo disse…
E assim Calas o turbilhão que diariamente contigo acorda! Bjs.
S

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